sábado, fevereiro 25, 2006

DIAS MAUS

"Grupo de menores do Porto suspeito de matar homem à pedrada
23.02.2006
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Um grupo de 12 menores com idades compreendidas entre os 10 e os 15 anos, todos alunos das Oficinas de S. José, no Porto, terá apedrejado um homem até à morte e escondido o seu cadáver num poço. O crime terá acontecido na passada segunda-feira, mas só ontem é que foi esclarecido. "
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António Arnaldo Mesquita,Tânia Laranjo in PÚBLICO

"Concern over rise of 'happy slapping' craze Fad of filming violent attacks on mobile phones spreads
In one video clip, labelled Bitch Slap, a youth approaches a woman at a bus stop and punches her in the face. In another, Knockout Punch, a group of boys wearing uniforms are shown leading another boy across an unidentified school playground before flooring him with a single blow to the head.
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In London, British Transport police have investigated 200 happy slapping incidents in the past six months, with eight people charged with attacks at south London stations and bus stops in January (2005) alone..."
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Mark Honigsbaum in The Guardian
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O artigo do Guardian, que ja e antigo, terminava com o desejo que a vaga de happy slapping parasse e que nao resultasse em mortes ou espancamentos graves-infelizmente tudo isso aconteceu entretanto.
Por vezes penso que a especie humana so e capaz de evoluir em termos tecnologicos...

5 Comments:

At 11:41 da manhã, Blogger ana said...

Não sou de grandes teorias, mas estes episódios cada vez mais me convencem que é VITAL educar as crianças com muito amor e com muitas referências. Isto não tem nada a ver com classes ou ambientes sociais. A verdade é que o que se vê mais são miúdos deixados à sua sorte; os que têm pais mais abonados são rodeados de gadgets, os outros nem isso. Não há amor, atenção nem disciplina. Os miúdos do Porto são quase todos internos de uma instituição. Depois das coisas que se soube sobre a Casa Pia, a Casa do Gaiato e por aí fora, impõe-se uma reflexão profunda sobre como educamos as nossas crianças de risco, que, por não terem pai nem mãe que lhes valham, são responsabilidade de TODOS nós. A outra reflexão cabe aos pais: aos que equipam cada quarto de cada filho com aparelhagem, tv e computador para que ele não venha chatear para a sala; os que compram seja o que for só para não ouvir o puto no supermercado ou no centro comercial; os que usam os filhos como montra de status, do mesmo modo que fazem ao carro e à casa, e às vezes nem pequeno-almoço lhe dão em casa; os que acham desumano dizer 'não' a qualquer capricho da criança; os que delegam nos professores a totalidade da educação dos filhos; etc., etc. Ter filhos e educá-los dá muito trabalho, e a filosofia corrente hoje em dia é delegar tudo o que se possa delegar. Mas a educação dos filhos é indelegável. O fenómeno, infelizmente, é geral no mundo ocidental. *ana desce da caixa de sabão*

 
At 3:22 da tarde, Blogger Leonor said...

Apoiado e aplaudido! Concordo em absoluto que educar dá muito trabalho, sei-o não por ser mãe mas por ser professora e ultimamente acontece-me algo que nunca aconteceu antes: chegar a casa triste e incomodada com os problemas dos alunos. E não é que antes não me preocupasse, é apenas porque a dimensão da solidão e de abandono dos garotos é absurda.

 
At 10:30 da manhã, Blogger fernando said...

uma coisa que tenho reparado é que a maioria das crianças levam algum tempo a perceber quando um adulto quer realmente a dar-lhes atenção, tal é o "abandono" em que se encontram. da mesma forma, captar a atenção de um adulto é para eles, tarefa cada vez mais difícil.

 
At 12:44 da tarde, Blogger Patrícia said...

Estou completamente de acorod contigo Ana! Acho que educar os filhos é no mínimo uma tarefa titânica, e por isso cada vez penso mais que as pessoas deviam pensar muito bem antes de os ter. E acho impressionante o facto de muitos pais de hoje em dia terem por certo que o darem aos filhos tudo o que eles querem equivale a educa-los e a fazer deles crianças melhores.

 
At 12:11 da tarde, Blogger fantasma said...

Fiquei impressionada com um senhor na televisão que falava do caso e dos jovens, coitados, com as condições sociais em que viviam, e que tinham feito esta asneira. Asneira?! Asneira?! Eu dava-lhe a asneira, ao senhor....
:oX

 

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